Rob Smith, O Criador do Método The Strat

Rob Smith, criador do método de trading conhecido como The Strat, faleceu esta semana.

Trata-se de um sistema de price action que identifica padrões de candles bastante objetivos para localizar entradas no que Smith chama de continuidade de tempos gráficos (traduzido do inglês Time Frame Continuity ou TFC).

Coincidência ou não, iniciei recentemente a introdução do método na minha estratégia para uma tentativa de maior objetividade na interpretação do price action. Brevemente irei publicar um artigo exclusivo sobre o método.

Fica aqui a homenagem a este trader que tanto contribuiu para a comunidade.

A Análise Diária é Agora no Gráfico de 15 MInutos

Na análise diária, aumentei o tempo gráfico de análise de 5 para 15 minutos com o objetivo principal de uma leitura mais clara do mercado e observar mais facilmente o contexto do price action.

Vou procurar padrões de candles inspirado no método “The Strat” de Rob Smith esperando diminuir a ambiguidade na interpretação das candles e focar na reação do preço junto a zonas de suporte e resistência como níveis de pré-mercado e máximas e mínimas nos gráficos diário e semanal.

Em vez de decidir entrar ou ficar do mercado de 5 em 5 minutos, alterei este horizonte temporal para intervalos de 15 minutos. Ou seja, em vez de 12 decisões por hora tenho agora 4 decisões por hora, uma redução de 3x.

Terminei o Curso de Price Action de Al Brooks: e Agora?

Depois de dezenas de horas a visualizar vídeos no curso de price action de Al Brooks conclui finalmente o mesmo. A matéria educacional incluída no curriculum é efetivamente muito boa, sendo a única proposta de melhoria a necessidade de uma melhor compilação do programa.

Brooks repete uma vez e outra os mesmos conceitos ao longo dos muitos vídeos. Nos ultimos vídeos do curso comecei a usar a função para aumentar a velocidade de modo a poder concluir o curso mais cedo. Por outro lado, senti que a repetição ajudou a reter mais facilmente a filosofia de trading de Brooks, pelo que o meu sentimento é misto quando à extensão do curso.

Depois de concluído o curso, não julgue o trader que tem uma estratégia vencedora para começar a ganhar dinheiro na bolsa.

São precisos muitos anos de dedicação para aplicar a estratégia de Brooks no gráfico de 5 minutos pois existem muitos pormenores e nuances a ter em conta. Vejo o curso e a estratégia como algo a almejar a longo prazo e que sirva de base de estudo para desenvolver uma estratégia individual.

Se o trader pretender avançar nos estudos de price action com Brooks, existem dois caminhos possíveis:

  1. Enciclopédia de price action que ilustra todos os padrões do curso e mais alguns.
  2. Sala de trade ao vivo pelo próprio Brooks e outros.

Estes recursos extra têm um custo adicional não estando incluídos no curso. Se valem a pena ou não isso ja é outra coisa. Adquiri a enciclopédia mas ainda nao tenho opinião formada além de ser muito extensa à semelhança do curso.

Quanto à sala de trade ao vivo, é analisado o mercado barra a barra, mas sem sinais de negociação, o que quanto a mim é uma pena. Na sala são observados outros tempos gráficos para além do grafico de 5 minutos para análise do contexto do mercado. O trader Fellipe Aranha tem uma sala de trade ao vivo em Português replicando a estratégia de price action de Brooks, também com um custo adicional.

Mais recentemente Brad Wolf comecou a publicar vídeos do índice US500 no final da sessão com a análise barra a barra. O melhor de tudo é que por enquanto este recurso é gratuito, pelo menos alguns dias da semana.

Para terminar, considero o princípio fundamental na estratégia de Brooks o conceito de always in que diz que se deve operar na direção da tendência dominante até haver um sinal claro de reversão. Com a confirmação da reversão, o trader deverá encerrar a sua posição atual e abrir novo trade na direção contrária. Este ciclo repete-se indefinidamente. Aliás, pode ser montada uma estratégia apenas à volta deste princípio, sendo que Wolf recomenda a mesma para traders iniciados no método de Brooks.

Como Calcular um “Losing Streak” no Trading

Os mercados são incertos e a bolsa quer se queira ou não é um jogo de probabilidades.

Mesmo com um bom sistema de trade, a melhor gestão do risco e uma psicologia adequada podem ocorrer perdas significativas.

Losing streak são o número de perdas consecutivas que podem acontecer a qualquer trader existindo várias fórmulas para calcular a probabilidade de uma maré de azar bater à porta do trader.

O site Sports Book Review (que também pode ser aplicado ao trading) possui uma calculadora online para determinar o loosing streak em função de três variáveis: número de trades, número de perdas consecutivas e taxa de sucesso.

Por exemplo, num conjunto de 20 trades com uma taxa de sucesso de 50%, tem-se as seguintes probabilidades em função do número de perdas consecutivas:

  • 3 perdas consecutivas = 75,84%
  • 5 perdas consecutivas = 24,71%
  • 8 perdas consecutivas = 2,72%

Para uma taxa de sucesso de 40% obtém-se os seguintes valores:

  • 3 perdas consecutivas = 89,20%
  • 5 perdas consecutivas = 46,71%
  • 8 perdas consecutivas = 9,64%

Um sistema de trade com uma taxa de sucesso de 50% precisa de um RR mínimo de 1.5, e com uma taxa de sucesso de 40% precisa de RR mínimo de 2 para se ter uma ideia da utilidade desta ferramenta de cálculo.

Mesmo usando a melhor estratégia do mundo e implementando a esta sem falhas existem períodos de perdas. O trader deverá estar mentalmente preparado para estes momentos de pouca sorte que inevitavelmente se cruzarão no seu percurso.

Martingale, Hedge e Preço Médio: 3 Técnicas Avançadas de Gestão do Risco

Estas são três técnicas avançadas de gestão do risco, cada uma com as suas vantagens e desvantagens.

Martingale é provavelmente a técnica mais arriscada e mais controversa de todas. Consiste em dobrar o valor da aposta no caso de perda. Se perder $50 no primeiro trade entro no segundo trade com um risco de $100. Se perder no segundo trade arrisco $200 no terceiro trade e assim sucessivamente até obter um trade de sucesso que cubra todas as perdas anteriores. É fácil de perceber que está estratégia pode entrar facilmente ficar fora do controlo, não sendo obviamente recomendada no trading.

Hedge consiste em abrir uma nova posição na direção contrária ao trade inicial. Por exemplo, se o trader acreditar que a premissa do primeiro trade se encontra válida, em vez de apenas limitar-se a observar a correção do mercado, decide participar num trade na direção contrária mantendo a primeira posição aberta. Assim poderá lucrar no trade da direção contrária com o movimento da correção, enquanto o mercado não retoma a direção original da entrada original.

Preço médio é adicionar a uma posição perdedora na expectativa de melhorar o preço de entrada enquanto o mercado não reverte na direção desejada. A diferença entre o preço médio e o hedge é que no primeiro todas as entradas são na mesma direção enquanto no segundo as entradas são em direção contrária. Esta técnica de gestão do risco também é controversa pois pode entrar fora do controlo à semelhança de Martingale, em que o mercado pode levar mais tempo a reverter do que o trader estava à espera.

O que todas estas estas estratégias têm em comum é que aumentam a probabilidade de acerto com uma maior taxa de sucesso. No entanto, quando ocorrem perdas estas são avultadas. Cabe a cada trader decidir se alguma destas técnicas tem lugar ou não no seu sistema.

Short Selling

Sempre me senti mais à vontade a apostar na queda de um indíce do que na subida. Tradicionalmente os indices e as melhores ações têm tendência de subida mas também existem boas oportunidades na direção contrária.

Short selling ou venda a descoberta é apostar na descidade de um intrumento financeiro. O desejado é vender o ativo a um preço mais alto para o comprar mais tarde a um preço mais baixo, realizando desta forma lucro.

Estou atualmente a testar e a afinar uma estratégia de day trade com short selling nos indíces globais e ações que passo a descrever de seguida.

Pretende-se entrar no mercado junto à máxima da sessão para um scalp com um RR de 1. Os setups de entrada (de reversão) são observados no gráfico de 5 minutos e o contexto (ou estrutura de mercado) no gráfico de 30 minutos.

Muitos dos scalps poderiam também permitir negociações swing com um RR de 2 ou mais, mas o foco da estratégia não é esse.

A gestão do risco vai ser um pouco mais agressiva do que o habitual, pelo que irá ser testada numa conta mais pequena. O objetivo é conseguir realizar lucro de +1R diário. Por exemplo, se considerar um risco de $50 por trade então este será o meu objetivo diário de lucro.

Isto significa que se obtiver sucesso no primeiro trade da sessão paro e regresso no dia seguinte. Se perder no primeiro trade entro num segundo trade com o dobro do risco inical, ou seja, $100. Se perder no segundo trade entro num terceitro trade com o triplo do risco inicial, ou seja, $150. E assim sucessivamente.

A desvantagem desta estratégia é poder entrar num espiral de perdas consecutivas podendo descontrolar facilmente o valor do risco. Espero minimizar esta situação com o RR baixo de 1 que teoricamente permite uma maior probabilidade de acerto.

Escolher um Tipo de Setup

Existem três tipos de setups em função da estrutura de mercado: tendência, reversão e lateralidade.

O trading é competitivo, e o day trade pela sua natureza de tomada de decisão rápida aumenta ainda mais a parada, sendo importante ao trader se concentrar e dominar um tipo de setup antes de decidir avançar para o setup seguinte.

É de realçar que no início é essencial a familiaridade com todos os tipos de operação e conhecer várias estratégias. Depois de algum tempo e experiência nos mercados, e à semelhança de um médico em formação, é preciso escolher uma especialização.

Esta especialização irá elevar o trading para o nível seguinte, onde o trader começa a adaptar a análise em função da sua experiência e personalidade, começando-se a aperceber-se das nuances dos mercados e possivelmente encontrar a sua vantagem competitiva.

Existem 2 Tipos de Backtest

Existem dois tipos de backtest: com e sem replay.

O backtest sem replay é executado após o fecho da sessão com todas as candles à vista.

O backtest com replay é executado com a impressão de candle a candle.

Pode-se afirmar que o backtest com replay é superior permitindo uma maior aproximação às condições reais de mercado.

Porque a maioria dos traders (eu inclusive) na usa o replay?

Simplesmente porque exige maior disponibilidade de tempo. Aliás, a maioria dos traders não faz qualquer tipo de backtest, pelo que qualquer simulação é melhor do que nada.

A Dificuldade no Trading em Produtos Alavancados como Índices e Forex

É minha impressão que o trading nos mercados mais alavancados como índices e Forex é mais difícil do que em ações.

É natural que assim seja, pois a possibilidade de lucros maiores com a exigência de margens menores nos produtos alavancados atraem um maior número de participantes, e consequentemente a competição feroz entre traders.

Os índices e Forex são também usados pelas instituições para proteger de outras posições abertas em mercados diferentes. A isto se chama hedging.

As ações, por outro lado, são um produto tradicionalmente usado em carteiras de fundos de investimento ou na posse de grandes investidores como Warren Buffet e muitos outros.

Como é que isto se traduz na prática numa estratégia de price action?

A leitura do price action em ações tende a ser mais clara que em índices e Forex (nos mercados mais líquidos). Existem mais armadilhas nos índices e Forex do que em ações, isto é, o preço parece que está a caminhar numa direção para depois reverter e encurralar muitos traders.

As 3 Componentes da Estrutura de Mercado segundo Al Brooks

Segundo Al Brooks as estruturas de mercado dividem-se em três componentes: rompimento, canal e lateralidade.

O rompimento constitui cerca de 10% das barras, sendo os restantes 90% preenchidos pelo canal e lateralidade.

Cada componente da estrutura de mercado é operada de uma determinada forma.

O rompimento é operado na direção da tendência exceto se for observado no que pode ser o final de uma tendência. Neste último caso, pode-se tratar de um impulso climático com uma maior probabilidade de reversão ou estagnação, do que continuação do preço.

O que diferencia o canal da lateralidade é que no primeiro existe uma tendência enquanto no segundo o preço move-se predominantemente na horizontal.

Tanto o canal como a lateralidade podem ser estreitos ou amplos.

O canal estreito é sempre operado na direção da tendência. Já o canal amplo pode ser operado em ambas as direções.

A lateralidade estreita é difícil de operar mais valendo ficar fora do mercado. A lateralidade ampla pode ser operada em ambas as direções à semelhante do canal amplo.

Uma tendência tem geralmente início num rompimento, evoluindo depois para um canal estreito e de seguida para um canal amplo. No final do canal amplo é habitualmente observada uma lateralidade, sendo que a tendência pode continuar na mesma direção com um novo rompimento e novo ciclo de canais ou então reverter na direção contrária também com um novo rompimento e novo ciclo de canais.

Menos habitual é a transição de um canal amplo num rompimento em qualquer direção, que ocorre em mercados mais voláteis.