Swing ou Scalp?

De acordo com Al Brooks existem dois tipos de negociação no day trade: swing e scalp.

A principal diferença entre estes dois tipos de trade é que o swing tenta capturar uma boa porção do movimento do preço não saindo nas correções, enquanto o scalp não aguarda pelas correções fechando a posição no mercado ainda em força.

Os termos swing e scalp podem ser usados em qualquer tempo gráfico. Por exemplo, se o gráfico de 5 minutos do indice americano SP500 tiver uma variação diária média de 50 pontos, um day trader swing pode tentar capturar cerca 40% desta variação (20 pontos) enquanto um scalper tentar capturar 5 a 10 pontos.

Como o day trader swing tenta capturar um maior movimento da sessão, existem em média apenas 1 a 3 oportunidades numa sessão de trade. A seleção do setup no swing deve portanto ser cuidada, sendo a paciência do trader de vital importância neste caso.

O que é um Setup de Trade?

Um setup de trade é uma confluência de elementos que indicam ao trader se pode ou não pode iniciar uma posição com um bom nível de confiança.

Numa estratégia de price action, o setup aglutina todos os conhecimentos sobre a movimentação de preços nos mercados. Talvez daí a sua dificuldade de implementação, especialmente no day trade num ambiente de rápida decisão a cada barra que passa.

6 questões

O trader deverá responder às seguintes questões antes de iniciar qualquer trade:

  1. O mercado encontra-se numa estrutura de lateralidade, tendência ou reversão?
  2. Quais os níveis de suporte e resistência mais significativos?
  3. A barra de sinal é uma barra de tendência ou uma barra doji, e qual a sua relação com as barras anteriores?
  4. É observado algum padrão gráfico?
  5. Qual a distância da entrada ao stop loss e ao target (RR)?
  6. Qual a probablilidade do trade atingir o target antes do stop loss?

Exemplos práticos

De seguida são exemplificados dois setups de trade. Poderá ver como tudo isto se integra na prática na análise diária.

Setup 1

  1. Estrutura de mercado: tendência
  2. Suporte/resistência: máxima do dia anterior
  3. Barra de sinal: tendência
  4. Padrão gráfico: teste de rompimento
  5. Stop loss: 5 pontos, target: 10 pontos (RR 2)
  6. Probabilidade: 40%

Setup 2

  1. Estrutura de mercado: reversão
  2. Suporte/resistência: máxima do dia anterior
  3. Barra de sinal: tendência
  4. Padrão gráfico: reversão de tendência
  5. Stop loss: 4 pontos, target: 8 pontos (RR 2)
  6. Probabilidade: 40%

6 Premissas da Estrutura de Mercado

As premissas da estrutura de mercado são essenciais para se lidar com a incerteza dos mercados. Estas fornecem uma pista da futura direção do preço com uma boa probabilidade de sucesso (60%).

As 6 premissas são avaliadas em relação aos seguintes princípios estruturais: 1) suporte/resistência, 2) tendência e 3) lateralidade.

Suporte/resistência

O suporte/resistência (S/R) é desenhado num tempo gráfico maior em relação ao tempo gráfico de negociação. Por exemplo, para um day trader que opera no gráfico de 1 ou 5 minutos, o S/R é desenhado no gráfico de 30 ou 60 minutos. Para um swing trader que opera nos gráficos diário ou 4 horas, o S/R é desenhado no gráfico semanal ou diário.

Primeira premissa: é esperado o teste de uma estrutura de S/R aguentar, a menos que exiba força na sua aproximação.

Segunda premissa: se for exibida força na aproximação de S/R, é esperado i) um rompimento falhado se houver um enfraquecimento após o rompimento ou ii) uma retração de rompimento se houver enfraquecimento da retração após o rompimento.

Tendência

A tendência de alta/baixa (TA/TB) é observada no tempo gráfico de negociação. Por exemplo, um day trader desenha as TA/TB nos gráficos de 1 ou 5 minutos, enquanto um swing trader desenha as TA/TB nos gráficos diário ou de 4 horas.

Terceira premissa: uma tendência continua no seu estado atual até à próxima barreira de S/R.

Quarta premissa: quando uma tendência mostra sinais de enfraquecimento, é esperada uma correção complexa em vez de uma reversão, até ao mercado aceitar a força na direção contrária.

Lateralidade

A lateralidade (Lat) mostra o mercado em consolidação em que touros e ursos estão em equilíbrio. Deve ser observada no tempo gráfico de negociação,à semelhança da TA/TB.

Quinta premissa: uma Lat continua no seu estado atual, a menos que mostre força num extremo.

Sexta premissa: quando uma Lat mostra força num extremo , é esperado i) um rompimento falhado se houver enfraquecimento após o rompimento ou ii) uma retração de rompimento se houver enfraquecimento da retração após o rompimento.

A Abertura Inicia em Lateralidade ou Tendência

Entende-se por abertura o início da sessão de trading. Por exemplo, nos mercados internacionais de índices ou forex, as aberturas mais relevantes acontecem nas sessões europeia, americana e asiática.

Abertura das sessões de Tóquio (asiática), Londres (europeia) e Nova Iorque (americana) no gráfico de 5 minutos do EURUSD

Os momentos da abertura são as alturas do dia com maior volume e geralmente com maior volatilidade, pelo que daí a sua importância no trading com um maior numero de participantes de mercado.

Conforme o tipo de estrutura de mercado, a sessão de trading inicia em lateralidade ou em tentativa de tendência.

Lateralidade

  • A lateralidade na abertura pode ser formada por uma única barra ou pelas primeiras barras da sessão.
  • Se a primeira barra da sessão for grande com sombras em ambos os extremos, é uma possível barra de lateralidade.
  • Quando as duas primeiras barras da sessão se formam em direções opostas, provavelmente isto significa lateralidade.
  • Uma barra externa na segunda barra da sessão pode ser sinal de lateralidade.
  • Um padrão de candles de reversão mal localizado pode ser uma lateralidade na abertura como por exemplo uma barra de pines de alta na máxima do dia anterior ou uma barra de pines de baixa na mínima do dia anterior.

Tentativa de tendência

  • Quando uma barra de tendência de alta ou baixa fecha acima ou abaixo respetivamente do extremo da barra ou lateralidade anterior, isto é uma tentativa de tendência.
  • Várias barras de tendência consecutivas de alta ou baixa com fechos junto à máxima ou mínima respetivamente são também provavelmente uma tentativa de tendência.

Setups a observar

  • Quando a abertura inicia numa tentativa de tendência, procurar setups de tendência nas primeiras barras para uma entrada agressiva ou então na primeira retração da tentativa de tendência para uma entrada conservadora.
  • Quando a abertura inicia numa lateralidade, procurar setups de rompimento falhado se a lateralidade for suficientemente ampla para tal ou então após um rompimento da lateralidade bem sucedido procurar por setups de retração de rompimento.
  • Se não tiver a certeza de qual o tipo de estrutura de mercado, aguarde pela formação de uma tendência com o rompimento de algum elemento de price action como um nível de suporte ou resistência, procurando depois um setup na direção do rompimento se o mercado apresentar força junto ao elemento, ou um setup de rompimento falhado se o mercado apresentar fraqueza junto ao elemento..

Padrões de Candles (Barras) – Guia Prático

Os padrões de candles ou barras dividem-se em duas categorias: i) padrões essenciais e ii) padrões complementares. Bastam apenas os padrões essenciais para operar na bolsa, sendo que os padrões complementares, criados a partir dos padrões essenciais podem ou não ser usados dependendo da experiência e estratégia do trader.

Os exemplos abaixo apresentados são para padrões de compra ou touro. Aplica-se o inverso em padrões de venda ou urso. No final do artigo são ainda introduzidas várias dicas de como operar os padrões de candles com as barra de sinal, barra de entrada e falhas.


Padrões essenciais

Os padrões de candles essenciais são compostos por três candles, a partir do qual todos os gráficos de preços são criados:

  1. Barra de Tendência
  2. Doji
  3. Barra de Pines

Barra de Tendência

A barra de tendência tem um corpo que preenche toda ou quase toda a totalidade da barra, isto é, sem sombras ou com pequenas sombras nos extremos. Para se qualificar como uma barra de tendência, a barra tem de ter um tamanho médio quando comparada a outras barras anteriores.

Doji

O doji é qualquer barra com um corpo pequeno ou inexistente quando comparado com a média de outros corpos de barras anteriores. A barra doji pode ter qualquer tamanho, incluindo sombras grandes ou pequenas ou mesmo não ter sombras. O que a distingue das outras barras é realmente o corpo pequeno. São um sinal de indecisão.

Barra de Pines

A barra de pines em termos visuais é uma mistura das duas barras anteriores. O que a distingue é a sombra maior num dos extremos e o corpo no outro extremo sem sombra ou com uma sombra menor. O corpo ocupa um a dois terços do tamanho da barra quando comparada com a sombra maior. À semelhança da barra de tendência, a barra de pines deve ter o tamanho médio das barras anteriores.

A entrada stop para as barras de tendência e pines é um ponto acima da máxima e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima. A barra doji por si só não é operável, sendo habitualmente necessário aguardar pela formação de mais candles.


Padrões complementares

Os padrões complementares, embora não sendo obrigatórios, acrescentam um nível adicional para determinadas estratégias ou para traders mais experientes, sendo classificados em padrões de continuação, reversão ou ambos.

Barra de Reversão Dupla – R2

Tipo: Reversão

Uma barra de reversão dupla (R2) é um par de barras com cores opostas. Uma barra de tendência urso seguida de uma barra de tendência touro é um padrão de reversão touro. Estas duas barras são uma barra de reversão (R) num tempo gráfico maior. A R2 deverá ser clara e não se sobrepor com as barras anteriores. Se uma R2 ocorrer numa retração, entrar numa segunda entrada (2E).

A entrada stop numa barra de reversão dupla R2 é um ponto acima da máxima das duas barras e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima das duas barras.

E-mini NQ - Barra de reversão dupla

Barra de Reversão Tripla – R3

Tipo: Reversão

Uma barra de reversão tripla (R3) consiste numa barra de tendência urso, seguida por uma barra de pausa (por exemplo um doji), e uma barra de tendência touro. Estas três barras geralmente formam uma barra de reversão (R) num tempo gráfico maior.

A entrada stop numa barra de reversão R3 é um ponto acima da máxima das três barras e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima das três barras.

E-mini NQ - Barra de reversão tripla

Barra Interna – I

Tipo: Reversão ou Continuidade

Uma barra interna (I) é uma barra com o preço contido na barra anterior (máxima inferior à máxima da barra anterior e mínima superior à mínima da barra interior). A barra interna I pode ser um padrão de reversão ou continuidade dependendo do contexto, como por exemplo a reversão do rompimento falhado de uma bandeira final (BF), continuação da tendência no final de uma retração ou da primeira retração (1R).

A entrada stop numa barra interna I é um ponto acima da sua máxima e o stop protetivo um ponto abaixo da sua mínima. O próximo stop protetivo maior é abaixo da mínima da barra anterior que contém a barra interna.

E-mini NQ - Barra interna

Barra Interna Dupla – II

Tipo: Reversão ou Continuidade

Um padrão de barra interna dupla (II) é uma barra interna contida noutra barra interna (duas barras internas consecutivas). O padrão é frequentemente uma lateralidade ou triângulo num tempo gráfico menor, e, portanto, uma área de equilíbrio, funcionando como um padrão de continuidade ou reversão consoante for localizado no início ou final de uma tendência respetivamente. Pode funcionar como bandeira final (BF).

A entrada stop num padrão de barra interna dupla II é um ponto acima da máxima da ultima barra interna e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima das duas barras.

E-mini NQ - Barra interna dupla

Barra Externa – E

Tipo: Reversão ou Continuidade

Numa barra externa (E) a máxima é acima da máxima da barra anterior e a mínima é abaixo da mínima da barra anterior. A barra externa atua como reversão ou continuação consoante for localizado no início ou final de uma tendência respetivamente. A sua força advém de encurralar traders de ambos os lados (touros e ursos). Pode funcionar como bandeira final (BF).

A entrada stop numa barra externa E é um ponto acima da máxima e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima.

E-mini NQ - Barra externa

Barra Externa Dupla – EE

Tipo: Reversão ou Continuidade

Um padrão de barras externa dupla (EE) consiste em duas barras externas consecutivas que podem ser um padrão de reversão ou continuação consoante for localizado no início ou final de uma tendência respetivamente. O padrão funciona geralmente como uma dupla armadilha, à semelhança da barra externa simples E. Pode funcionar como bandeira final (BF).

A entrada stop num padrão de barras EE é um ponto acima da máxima das duas barras e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima das duas barras.

E-mini NQ - Barra externa dupla

Padrão de barras Interna/Externa/Interna – IEI

Tipo: Reversão ou Continuidade

Um padrão de barras interna-externa-interna (IEI) consiste numa barra interna seguida por uma barra externa e novamente por outra barra interna. Pode ser um padrão de reversão ou continuação consoante for localizado no início ou final de uma tendência respetivamente É geralmente visto como uma segunda entrada (2E) de contra tendência, e, portanto, uma segunda tentativa de reverter o preço. Pode funcionar como bandeira final (BF).

A entrada stop num padrão IEI é um ponto acima da máxima da barra interna e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima da barra interna ou abaixo da mínima das três barras.

E-mini NQ - Barra interna/externa/interna

Padrão de barras Externa/Interna/Externa – EIE

Tipo: Reversão ou Continuidade

Um padrão de barras externa-interna-externa (EIE) consiste numa barra externa seguida por uma barra interna e novamente por uma barra externa. Pode ser um padrão de reversão ou continuação consoante for localizado no início ou final de uma tendência. A ultima barra externa funciona como uma armadilha, dando um sinal de venda ao descer abaixo da mínima da barra interna para reverter, para fechar depois acima da máxima da barra interna. Esta armadilha pode resultar num movimento rápido. Pode funcionar como bandeira final (BF).

A entrada stop de um padrão EIE é um ponto acima da máxima das três barras e o stop protetivo um ponto abaixo da mínima das três barras.

E-mini NQ - Barra externa/interna/externa

Bandeira Final – BF

Tipo: Reversão

Uma bandeira final (BF) é uma perda de momento num padrão sobreposto e horizontal no que pode ser a ultima retração antes de uma potencial reversão. Forma geralmente uma lateralidade num tempo gráfico menor sendo uma área de equilíbrio entre touros e urso. Pode ser apenas uma ou algumas barras sobrepostas, como os padrões I, E, II, EE, IEI ou EIE. É esperado o rompimento da bandeira falhar e reverter.

No padrão BF, é frequente ver o sinal de entrada ativado do lado errado para depois reverter no sentido contrário. O primeiro target do rompimento falhado é o outro lado da BF.

E-mini NQ - Bandeira final

Retração de Rompimento com Barra Interna – RPI

Tipo: Reversão ou Continuidade

Uma retração de rompimento com barra interna (RPI) é uma barra de rompimento (BR) seguida de uma barra interna (I). Este padrão é de continuidade se for operado no início de uma tendência, e de reversão se for operado no final de uma tendência, funcionando neste ultimo caso como bandeira final (BF).

A entrada stop num padrão RPI é um ponto acima da barra interna I e o stop protetivo um ponto abaixo da barra interna I.

E-mini NQ - Retração de rompimento com barra interna

Como operar padrões de candles (barras)

Barra de sinal – BS

A barra ou padrão de sinal (padrão se tiver mais do que uma barra), é o sinal para uma possível entrada numa posição. A BS torna-se num sinal de entrada se a barra seguinte ultrapassar a sua máxima em um ponto com uma entrada stop. O primeiro stop protetivo é um ponto abaixo da BS. Pode se usar um stop maior, mas neste caso o target fica mais distante parase manter o mesmo rácio risco recompensa. A entrada, stop protetivo e target devem preferencialmente ser ajustados em função da estrutura de mercado.

E-mini NQ - Barra de sinal

Barra de Entrada – BE

A barra que ultrapassa a barra de sinal e ativa a ordem de entrada torna-se na barra de entrada (BE).

Uma boa barra de entrada é uma barra de tendência com pequenas sombras e preferencialmente maior do que a barra de sinal.

O que faz uma boa barra de entrada? Muitos traders a observar e a entrar na mesma altura. Se a barra de entrada for boa, poderá mover o stop um ponto abaixo desta, depois do preço romper a sua máxima.

E-mini NQ - Barra de entrada

Barra de Entrada Falhada – BEF

Se entrou com uma boa barra de sinal (BS), então muitos outros traders entraram consigo. Se o mercado não continuar na direção pretendida imprimindo uma barra de entrada (BE) de fraca qualidade, existe uma boa probabilidade do trade falhar.

Uma BE fraca pode ser formada por uma barra de tendência (T) na direção contrária ou uma barra doji (D). Significa que entraram muitos vendedores após a barra de sinal, existindo uma boa probabilidade do trade falhar.

Neste caso, a melhor opção será fechar a posição em breakeven ou com uma pequena perda.

Os rompimentos falhados de poucos pontos (1pf ou 5 pf) ou de atingir um target comum, fortalecem o sinal de BEF.

Quando o sinal é ativado do lado errado

É comum o sinal ser ativado do lado errado (como o preço abaixo da barra de sinal para uma compra). Nestes casos é melhor aguardar por mais price action, como por exemplo uma segunda entrada (2E).

Um sinal de reversão ativado no lado errado cria geralmente alguma sobreposição, que é seguida de algum padrão de lateralidade. A lateralidade significa que existem vendedores acima e compradores abaixo, sinal de indecisão.

Quando mercado se parece com Arame Farpado

O arame farpado (AF) é um tipo de lateralidade estreita de várias barras, muitas das quais doji (D). Se o AF ocorrer antes de um sinal, pode diminuir a probabilidade de sucesso do trade. É melhor não operar o AF, a menos que se tenha muita experiência e consiga reverter o mesmo depois de rompimento falhado numa pequena barra junto aos extremos. Na maioria das lateralidades estreitas, os rompimentos falham, por isso mais vale a pena ficar fora junto ao AF, e aguardar por mais price action.

Existem Dois Tipos de Barras/Candles

Os padrões de barras ou candles quando usados em conjunto com outros elementos essenciais do price action como os níveis de suporte e resistência e a estrutura de mercado ganham significado.

Existem apenas dois tipos de barras a partir do qual todos os padrões de candles são formados: 1) barras de tendência e 2) barras doji.

Barras tipo 1 e tipo 2

Barras de tendência

A barra de tendência mostra momento do preço exibindo as seguintes características:

  • Tem um tamanho aproximado ou superior à média das barras anteriores.
  • Numa barra de tendência de alta, o fecho é acima da abertura, a sombra superior é inexistente ou insignificante e a sombra inferior não ocupa mais de dois terços da barra.
  • Numa barra de tendência de baixa, o fecho é abaixo da abertura, a sombra inferior é inexistente ou insignificante e a sombra superior não ocupa mais de dois terços da barra.

Várias barras de tendência consecutivas com pouca sobreposição fazem o preço subir ou descer. Por outro lado, várias barras de tendência sobrepostas significam uma pausa no preço com o mercado a andar de lado.

As melhores barras de sinal e entrada de apoio a um setup são geralmente barras de tendência.

Nestes casos, a barra de sinal é uma barra de tendência na direção da entrada. Isto porque a barra já provou que um dos lados, touro ou urso, tomou conta do mercado aumentando a probabilidade de sucesso da operação.

De igual modo, a barra de entrada a seguir á barra de sinal é uma barra de tendência indicando que existe continuação do momento na direção desejada.

Barras doji

A barra doji significa indecisão do preço podendo exibir qualquer das seguintes características:

  • Não tem corpo (a abertura é igual ao fecho) ou o corpo é pequeno quando comparado com as sombras (o corpo ocupa menos de um terço da barra).
  • Tem um tamanho inferior à média das barras anteriores independentemente da cor.

Quando se formam vários dojis sobrepostos uns aos outros podendo ter ou não algumas barras de tendência pelo meio, isto é uma espécie de lateralidade, a que Al Brooks chama de arame farpado. Isto é um mercado muito difícil de negociar, em que mais vale a pena aguardar por mais price action se formar.

Uma barra doji por si só significa uma pausa no preço. A seguir a uma barra de tendência, e no contexto certo, pode indiciar um grande momento.

Se a qualquer momento o trader estiver indeciso de qual o tipo de barra é porque é uma barra |doji.

Barras de tendência grande

Uma barra de tendência grande pode indicar consolidação ou momento consoante o contexto.

Numa estrutura de mercado em lateralidade, uma barra de tendência grande muito provavelmente não terá continuidade, porque a maioria dos rompimentos de lateralidade falham.

Numa estrutura de mercado em tendência, uma barra de tendência grande, pode ter vários significados em função da sua posição na tendência.

Uma barra grande que rompe uma lateralidade com sucesso e inicia uma nova tendência é sinal de força. Se o momento continuar, e depois da primeira retração for observada nova barra de tendência grande, isto significa a continuidade da tendência com uma segunda perna.

Mais tarde, e a seguir à segunda ou terceira retrações, se for observada nova barra de tendência grande, o trader deverá suspeitar que a tendência possa estar perto do fim com a exaustão do preço seguida de uma potencial reversão ou lateralidade.

Os Fundamentos da Estrutura de Mercado

A estrutura de mercado é um dos princípios básicos e mais importantes do price action.

Trata-se de um conceito avançado de análise técnica que estuda as fases direcionais do preço em que se encontram todos os mercados a cada momento e respetivas transições.

Decompor a estrutura de mercado

A estrutura de mercado é composta do elementos menor para o elemento maior pelas seguintes componentes: barra, perna, swing e tendência.

Barra

Num gráfico em qualquer horizonte temporal, a estrutura tem inicio no elemento menor com a formação de uma barra ou candle.

Perna

Várias barras consecutivas numa direção formam a perna. Uma perna também pode ser uma única barra se esta for longa.

Swing

O conjunto de duas ou mais pernas formam o swing com início e fim num fundo e topo respetivamente num swing de alta (ver figura acima), ou com início e fim num topo e fundo respetivamente num swing de baixa.

Tendência

Dois ou mais swings formam a tendência, que pode ser de alta com fundos mais altos (ver figura acima) ou de baixa com topos mais baixos. Se os topos e fundos se mantiverem aproximadamente ao mesmo, nível é formada uma lateralidade ou canal horizontal, em que o preço está em consolidação.

Correção

A perna, swing e correção são padrões impulsivos que projetam o preço numa direção. A natureza dos mercados não permite que o preço se mova indefinidamente numa direção, pelo que as correções com o preço na direção contrária dos impulsos fazem parte do ritmo natural da bolsa.

A distancia percorrida pelo impulso deverá ser maior que a distancia percorrida pela correção.

Os 3 tipos de estrutura de mercado

Os três tipos de estrutura (tendência, lateralidade e reversão) e respetivas transições são observáveis em qualquer tempo gráfico, desde o gráfico de 1 minuto até ao gráfico semanal ou mensal, considerando a natureza fractal dos mercados.

A estrutura do mercado é portanto única para cada tempo gráfico. Por exemplo, no gráfico diário, um mercado pode estar em lateralidade enquanto no gráfico de 5 minutos o mesmo encontra-se em tendência.

Uma tendência de alta pode reverter diretamente numa tendência de baixa e vice-versa. No entanto, também pode ocorrer uma lateralidade que faz a transição entre as duas tendências.

Se tendência a seguir à lateralidade for na mesma direção da tendência anterior, existe uma continuidade da direção da estrutura de mercado, e não uma reversão, como no caso anterior.

Artigo relacionado:
6 Premissas da Estrutura de Mercado

Suporte e Resistência

O suporte e resistência é provavelmente um dos elementos mais importantes no price action, e portanto observado muitos traders.

O suporte forma uma espécie de barreira que impede o preço de descer e a resistência forma uma espécie de barreira que impede o preço de subir.

Quando uma tendência de alta é forte o suficiente, o preço pode romper acima da resistência, sendo que nesta situação os papéis ficam invertidos, com a resistência tornada no novo suporte. Aplica-se o inverso no caso de rompimento de uma tendência de baixa suficientemente forte.

Por outro lado, quando o rompimento do suporte ou resistência é fraco, não se verifica a inversão dos papéis, mas sim um rompimento falhado. O nível de suporte ou resistência foi rompida, mas reverteu de seguida no sentido contrário do rompimento.

Distinção entre suporte/resistência e tendência/canal

As linhas de suporte e resistência são horizontais, enquanto as linhas de tendência e de canal são oblíquas.

E-mini NQ - Suporte e Resistência + Linhas de Tendência e Canal

Suporte/resistência intradiário e maior

Importa diferenciar suporte e resistência de trade do suporte e resistência maior. O primeiro (trade) é desenhado no tempo gráfico de trade, enquanto o ultimo (maior) é desenhado no tempo gráfico maior. Por exemplo, se o trader operar o gráfico de 5 minutos, o suporte e resistência de trade é desenhado no gráfico de 5 minutos, enquanto o suporte e resistência maior é desenhado em tempo gráfico maior como os gráficos de 30 minutos e diário.

E-mini NQ - Suporte e Resistência Intradiário

No tempo gráfico maior, para um nível de suporte ser validado, as mínimas das barras #1, #2, #4 e #5 têm de ser maiores ou iguais que a barra #3, e vice-versa para um nível de resistência. Estas cinco barras foram os topos e fundos dos gráficos, também conhecidos como swings.

E-mini NQ - Suporte e Resistência Tempo Gráfico Maior

Suporte tornado resistência e vice-versa

Quando uma tendência de alta é forte o suficiente, o preço pode romper acima da resistência, sendo que nesta situação os papéis ficam invertidos, com a resistência tornada no novo suporte. Aplica-se o inverso no rompimento de uma tendência de baixa suficientemente forte. Nos gráficos acima vêm-se alguns exemplos desta situação.

Quando o rompimento do suporte ou resistência é fraco, não se tem uma inversão dos papéis, mas sim um rompimento falhado. O nível de suporte ou resistência foi rompida, mas reverteu de seguida no sentido contrário ao rompimento.

Linhas ou áreas?

Muitos traders consideram os níveis de suporte e resistência não como linhas, mas como áreas. No meu caso, e no day trade, prefiro desenhar os níveis de suporte e resistência com linhas ao ponto exato nas máximas ou mínimas das barras.

Suporte/resistência no day trade

A operação de day trade tem níveis adicionais de suporte e resistência em relação a outros horizontes temporais maiores. Por exemplo, no gráfico de 5 minutos, podem ser considerados os seguintes níveis adicionais:

  • Máxima e mínima do dia anterior (MDA e mDA)
  • Fecho do dia anterior (FDA)
  • Abertura do dia (AD), pode ser útil em dias de lateralidade ou de reversão
  • Máxima e mínima da ultima semana (MSA e mSA), pode ser útil no ultimo dia da semana
  • Abertura da semana (AS), pode ser útil no ultimo dia da semana
E-mini NQ - Suporte e Resistência Dia Anterior no Gráfico Intradiário

Como se operam os níveis de suporte e resistência?

Quando o preço atinge um nível de suporte ou resistência, é importante primeiro observar a reação do preço junto a este nível antes de se colocar um trade.

O nível de suporte ou resistência é respeitado em que o preço parece estar a reverter junto ao nível? O preço ultrapassa o nível e reverte num rompimento falhado? Ou por outro lado, o preço faz uma pausa perto do nível para depois o ultrapassar e continuar na direção anterior? Ou ainda, o preço vence o nível sem qualquer oposição?

Esta reação é observada em conjunto com os restantes elementos do price action como os padrões de candles, setups de trade, e linhas de tendência e canal. É necessáris a confluência de dois ou mais elementos antes de se abrir uma posição.

Linhas de Tendência e de Canal

As linhas de tendência e de canal são bastante importantes no price action, pois é através destas que i) se formam muitos dos padrões conhecidos na análise técnica como o canal, triângulo ou cunha, e ii) se configuram setups de trade como a reversão de tendência maior (RTM) ou rompimento falhado de linha de tendência (LT1).

A reação do preço nas linhas de tendência e de canal, em conjunto com o suporte e resistência e os padrões de barras ou candles, produzem os setups de trade que observamos nos gráficos de preços.

Linhas de tendência

As linhas de tendência unem numa tendência de alta as mínimas de dois ou mais swings, e numa tendência de baixa as máximas de dois ou mais mais swings. Aplica-se o inverso nas linhas de canal, que unem numa tendência de alta as máximas de dois ou mais swings, e numa tendência de baixa as mínimas de dois ou mais swings.

Linhas de canal

A linha de canal é desenhada no lado oposto da linha de tendência. Pode-se generalizar que as linhas de tendência e de canal contêm o price action, em que a direção destas linhas mostra a direção do preço. As linhas de tendência e de canal, formam, portanto, um canal.

Canais

Se as linhas de tendência e de canal forem paralelas com i) inclinação para cima formam um canal de alta, ii) inclinação para baixo formam um canal de baixa e iii) sem inclinação ou horizontais formam um canal horizontal ou retângulo.

Cunhas

Se as linhas de tendência e de canal forem oblíquas com i) sentido ascendente formam uma cunha ascendente e ii) sentido descendente formam um cunha descendente. As linhas podem ser convergentes ou divergentes.

Triângulos

Se as linhas de tendência e de canal forem oblíquas e simétricas formam um triângulo. As distinções entre a cunha e triângulo, é que no caso deste ultimo, as duas linhas formam o mesmo ângulo com o eixo horizontal, enquanto na cunha têm ângulos diferentes com o eixo horizontal.

À semelhança da cunha, o triângulo também pode ser convergente ou divergente. O triângulo divergente é conhecido como triângulo expandido.

Tipos de canal

Os canais podem ser amplos, micro ou regulares em função da sua dimensão. Nos canais amplos, as linhas de tendência de canal estão a uma maior distância e o price action forma swings. Nos canais micro, as linhas de tendência e de canal encontram-se muito perto, com a mínimas e máximas das barras ou candles a tocar ou a chegar perto das linhas. Os canais regulares apresentam uma dimensão entre os canais amplos e canais micro.

Reação do preço nas linhas

Os traders devem ter por hábito desenhar linhas de tendência e de canal nos gráficos antes e durante a sessão, observando o comportamento do price action junto às mesmas.

O preço vai testar e reverter na linha de tendência/canal? Ou por outro lado, vai ultrapassar, testar e continuar na mesma direção? Ou ainda, vai ultrapassar, sem testar e continuar na mesma direção (como se as linhas não existissem)?

Os 3 Pilares do Price Action

Os pilares do price action do elemento menor para o elemento maior são: 1) barras/candles, 2) sequências de barras e 3) estrutura de mercado.

1. Barras/candles

O primeiro pilar corresponde à interpretação dos padrões de candles num determinado contexto, como por exemplo:

  • Duas barras sobrepostas em direção oposta são um padrão de reversão se não estiverem a meio de uma lateralidade.
  • Uma barra interna precisa de um fecho forte para se considerar uma barra de reversão. No entanto, no caso de um rompimento falhado da ultima bandeira no final de uma tendência pode ser aceitável uma barra interna com sombras como barra de reversão.
  • Uma barra doji funciona frequentemente em trades a favor da tendência, mas costuma falhar em trades de contra tendência.
  • Barras muito grandes formam geralmente lateralidades, ou se aparecerem no final de uma tendência significam exaustão.

Artigos relacionados:
Existem Dois Tipos de Barras/Candles
Padrões de Candles (Barras) – Guia Prático

2. Sequências de barras

O segundo pilar corresponde as sequências de barras, o conjunto de várias barras consecutivas que formam os padrões gráficos, como por exemplo:

  • Duas pernas de retração (o mesmo que swing).
  • Três impulsos que testam uma linha de canal (o mesmo que cunha).
  • Rompimento de linha de tendência (uma potencial reversão de tendência).

Adicionalmente, deverão ser esperados certos padrões baseados na barra atual, como por exemplo:

  • Uma barra grande pode ser o início de i) um impulso e canal ou de ii) uma lateralidade.
  • O final de uma tendência forte com várias barras pequenas tipo doji pode ser formado por uma lateralidade estreita.

3. Estrutura de mercado

O terceiro e ultimo pilar corresponde à estrutura de mercado que assegura que opera na direção certa dominante.

Deverá ser capaz de determinar se o mercado se encontra em tendência, a reverter de tendência, em lateralidade, a romper de lateralidade para tendência, etc.

O conhecimento da estrutura de mercado determina i) o tipo de trade (swing com uma recompensa mínima de 2 vezes o valor do risco ou scalp com uma recompensa de 1a 1,5 vezes o valor do risco) e ii) o tipo de setup.

Artigos relacionados:
Os Fundamentos da Estrutura de Mercado
6 Premissas da Estrutura de Mercado