O Jogo Interior da Bolsa

A ideia do jogo interior da bolsa surgiu no livro O Jogo Interior do Ténis de W. Timothy Gallwey, um famoso treinador de ténis dos EUA. No ténis, como em qualquer desporto de alta competição, constatou-se de que a psicologia, a que Gallwey chama de “o jogo interior”, tem uma maior sobre os resultados do que propriamente a técnica.

O autor defende que a estrutura mental para o sucesso pode ser aplicada a qualquer desporto ou área da vida. A bolsa de valores, com todos os desafios inerentes, é um exemplo de aplicação prática desta teoria.

A mensagem central do livro é a seguinte:

Os resultados pretendidos na bolsa não são propriamente o produto de um grande esforço. Pelo contrário, acontencem se conseguirmos nos entregar ao processo e confiarmos nas nossas capacidades, acreditando que somos capazes de tomar as melhores decisões a cada momento.

Todos temos dois Eus

Para ilustrar esta tese, Gallwey elabora que todos temos dois Eus: Eu 1 e Eu 2.

O Eu 1 é o consciente, a parte da nossa mente que usamos para pensar, decidir e falar connosco próprios. O Eu 2 é o subconsciente, responsável por regular todas as funções do corpo e por revelar o nosso verdadeiro potencial e capacidades.

Não temos influência direta sobre o Eu 2, apenas sobre o Eu 1. O segredo é alimentarmos o Eu 1 com os melhores pensamentos, isto é, livre de críticas mas também de euforias, fora dos extremos, e deixando que o Eu 2 siga o seu ritmo natural.

A harmonia entre o Eu 1 e Eu 2 é portanto de grande importânica numa estratégia de day trade discricionária, com a necessidade da velocidade de processamento e resposta da mente às condições de mercado num ambiente incerto.

Só a experiência trás as respostas

Quanto menos experiência tivermos nos mercados, mais erros iremos cometer, sendo perfeitamente normal. Por isso, devemos abandonar as autocríticas que conduzem a uma espiral de pensamento negativo.

Noutras vezes, temos sorte nos mercados, com vários trades consecutivos de sucesso, deixando-nos em euforia. Isto conduz-nos a um espiral de pensamento positivo com um excesso de confiança o que resulta normalmente me desgraça com trades descuidados.

Aplicação prática do jogo interior

Gallwey eleva para o próximo nível a psicologia de operação na bolsa em relação a outras filosofias como o trabalho de Mark Douglas em O Trader Disciplinado. Douglas identifica a falta de disciplina e a incapacidade em lidar com a incerteza como os principais problemas dos traders, mas não expõe como estes problemas podem ser ultrapassados.

Gallwey expõe que os traders podem vencer os seus principais desafios se permitirem aos Eu 1 e Eu 2 conviverem em harmonia, focando a sua atenção no momento presente e adquirindo prática na arte do que chama “concentração zen”, confiando que os resultados surgirão ao logo do tempo com a prática.

Para a prática da concentração zen, é necessário um foco. No ténis é usada a bola e a raquete como foco. Na bolsa temos de encontrar outros elementos relacionados com o trading como as barras e candles que se formam à nossa frente e sua relação com os demais elementos de price action.

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